A VIDA PENDULÁRIA...
Por Adailton Bastos
“...o pensamento parece uma coisa a toa, que o
tempo voa quando a gente começa a pensar...” uma musica antiga diz uma
coisa parecida assim, e que pode impor
uma bifurcação entre a estrada da utopia e da realidade. No recanto e
desencantos do cotidiano, e até trivial poderá nos prender a obscuridade do
inimaginável ou não, pode ser apenas um devaneio.
O ser humano não pode desejar tudo o
que vê. E não vendo tudo fica a nau no barcos dos desejos que as coisas aconteçam
por um acaso bem marcado ou não, será outro devaneio? Sonham com tudo o que não têm, e não percebe tudo
que tem que nem sempre sonhou, a contradição é um desvario do não saber o porquê.
Não percorre por todo o caminho que deseja, nem tão pouco caminha por onde
anda, não pergunte a diferença, afinal é preciso haver alguma?
Há um bordão que: “...o homem não diz o que pensa e não pensa
no que diz...” Trágico ou hilário? não seria mais decepcionante perceber que não há bordões
dirigindo vidas e tornando mentiras em verdades e o contrário também fazendo
das verdades algo que nunca aconteceram...
As perguntas não respondidas, bem
como aquelas que nunca foram feitas, caímos num circulo vicioso de respostas
que levam a outras perguntas.
A vida é cíclica e nos coloca numa redoma de
coisas que nunca faremos, e o pior nem ao menos desejamos fazer. A tolice
humana é achar que se tivéssemos outra chance não cometeríamos os mesmos erros
e os mesmos acertos. O lado bom da vida que o dia de amanhã é programado pra
ser inédito e podemos nos dar ao luxo de viver um dia de cada vez, um minuto
por vez. Nosso coração que já bateu um milhão de vezes bate uma vez de cada
vez. Viva a vida não programada, o beijo não mecanizado, o abraço não
robotizado, o sexo diferente feito do mesmo jeito, com a mesma pessoa.
Afinal a vida não é um tic tac da mesmice.
A vida é um pêndulo que vai e nunca volta.