sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

DIÁRIO DE UM LOUCO


DIÁRIO DE UM LOUCO
Anteontem estava louco,
ontem estava normal,
hoje estou louco,
amanhã talvez normal,
depois de amanhã talvez louco...

Quando estou normal,
faço loucuras.
Quando estou louco,
coisas normais.

Percebo minha loucura
no meio dos normais...
É normal achar que
não é louco,
ou a pior loucura
é se achar normal...

Que são coisas normais?
trancar-se em casa com medo de gente...
votar em quem não se lembra da gente...
Trabalhar a vida inteira não ter nada,
aposentar-se e ter menos ainda...

Matar o corpo todos os dias?
A loucura de ser honesto?
Normal pensar certo nas coisas erradas.
 Loucura é dizer o que está pensando...

Loucura  mesmo é acreditar num mundo melhor...

 Normal é estar sozinho na multidão.
 Loucura é estar acompanhado na solidão...

Afinal, louco ou normal?
Se todo mundo é igual,
por que há tantas diferenças?
Hoje estou louco,
amanhã talvez normal,
depois de amanhã quem sabe?
Isso não importa.
Afinal  pensar no amanhã
é mais uma loucura dos normais...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A PROFUNDEZA DO NADA

PROFUNDEZA DO NADA

O que me vem à cabeça agora, neste exato momento?
Nada e tudo ao mesmo tempo.
Sem tempo para recordações e planos,
viver o amanhã sem terminar o  hoje,
agora,
depois,
o que importa afinal,
porque corro tanto?
Porque corro tonto?
Porque corro e não fica pronto?
Porque corro sem destino?
Porque não vou aonde eu quero
sem saber onde...
Porque do porque não do sei do que?
Não sei porque existem os porquês?
Não sei porque de nada.
E isto o porque é do não saber
 o que me vem à cabeça.
 A Ana já não passa a minha Dor.
Nem sei dor que e para quê,
não quero que compreenda,
 entenda ou me escute,
 pois quero falar em silêncio,
não quero pensar em nada,
quero apenas mergulhar no nada profundo.
Em tudo que não faz pensar.
Afinal sou um normal pirado,
e isto não preciso provar,
não quero ser normal igual
a todo mundo no fundo,
não quero  as mesmas coisas que dizem a todos que vêem...
ou que vão sem se despedir
Sabe de uma coisa vai catar lata!
Pois eu vou latir, uivar e caçar...
Pois o nada é tão profundo que não tem fundo.
Queres um outro final?
 Use a imaginação,
 ou as
indagações dos porquês?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

LETRAS EMBRIAGADAS



LETRAS EMBRIAGADAS

Numa madrugada de um sábado primaveril,
onde o  sono fugidio insiste em roubar-me os lençóis.
Numa provocação voluptuosa intempestiva
descarrilando  os sonhos numa noite insone.
Os pensamentos e as  idéias castigam
 meu corpo inerte numa catapulta imaginária...
Embriagando-me em um mar revolto de palavras
conexas, desconexas,
 difusas, confusas,
 obtusas, absurdas ou não.
Os galos ainda dormem, os cães pararam de latir.
O silêncio dos passos felinos no telhado,
e as estrelas lá fora insistem num movimento rasteiro
passando ao meu lado
como se eu não estivesse sóbrio.
Sobrando não sei o porque,
vem um turbilhão de palavras
 já ditas, benditas e malditas,
marmita, maremoto, terremoto
mar morto, gaivota e marmota,
num rodopiar fatal.
Um vômito apalavrado recheado de
palavras, palavras e palavras...
Levanto abruptamente,
acendo o interruptor.
Nada acontece...
Apenas este
 poetalouco simples mortal
boçal nada disse...
apenas embriagou-se...


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

RIMA IMPRÓPRIA

RIMA IMPRÓPRIA

Arrasto-te pra um canto
Pra demonstrar meu encanto
desejos
Rima com beijos
Não me satisfaço
Também te abraço
Ruborizo
Disfarço
Não satisfaço
Chama
Grama
Cama
Amar rima com mel
Céu também
 têm estrelas
sol
até chuva cai bem
instantes
não é o bastante
e sem você
agonizante 
  não satisfaço
disfarço
não é minha
sem calcinha
nem começo
briga
corra
formigas
entendeu
disfarça

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

AVIDEZ DE VIDA...

AVIDEZ DE VIDA...

A vida engraçada e hilária:
Acordar, levantar, escovar, sair...
Chegar, trabalhar, sorrir,
Chorar, cansar, almoçar,
Trabalhar, voltar,
sair de novo, estudar,
vagar, procurar,  namorar...
voltar de novo,
ver televisão,
dormir até o despertador permitir.
A vida é hilária e engraçada:
acordar, levantar, escovar, sair...
chegar no mesmo lugar de ontem,
dar o mesmo sorriso,
fazer o mesmo trabalho,
hoje não tem choro,
mas o cansaço é dobrado,
o almoço está mais salgado...
beber água,
trabalhar de novo,
bater o ponto...
voltar, tomar banho...
sair de novo, matar aula,
procurar e não achar,
voltar pra casa...
ver o mesmo programa
de ontem...
insônia,
despertador jogado ao chão...
a vida é engraçada de novo,
hilária?
Tudo é nada.
Nada é tudo de novo...

Acordar...