O PALCO
Adailton Bastos
Abrem-se as cortinas...
o palco está vazio,
luzes apagadas...
a platéia muda
e ansiosa...
um corpo se desloca
na escuridão do palco
e se dirige ao centro,
acendem-se os refletores,
a platéia contempla
a atriz...
que impressiona pelo
silêncio,
longos sessentas segundos...
ela passeia pelo palco
e a luz dos olhos e
dos refletores a acompanham
toca uma música e ela
começa a bailar
pelo palco,
a luzes, os olhos, os corpos
acompanham,
nem uma palavra...
a platéia em êxtase
pelo silêncio e pelos
movimentos,
a triz se dirige ao centro,
desaba ao chão...
cresce a expectativa???
Ela se levanta lentamente
ao tom de uma música,
de pé você diz coisas
bonitas, feias, poemas,
palavrões , coisas que
eles querem ouvir,
e que não querem,
e que nunca ouviram,
o teu monólogo mexe
com o monólogo da platéia
fecha-se as cortinas
aplausos e fim de espetáculo...
retira a maquiagem no camarim,
vai dormir tarde,
levanta cedo,
engole o café da manhã (se
possível)
dá aulas com sorriso nos lábios e
com sono,
vai para faculdade...
a tarde vai dar aulas em uma
escola pública
da periferia
olhando os dois espetáculos,
aplausos!
Te aplaudo de pé...
Gostaria de homenagear a minha amiga, professora e atriz Alessandra Brito