segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"COISAS" A PALAVRA RICA



"COISAS" A PALAVRA RICA
O que são coisas?
1.    Vou te contar uma coisa.
2.   Faça alguma coisa pra mudar isto.
3.   Do jeito que a coisa está, não vai dar certo.
4.   To sentindo uma coisa no coração, não sei se é  é amor ou paixão...
5.   São tantas coisas coisas que eu não gosto
6.   Coisa linda! Você me encanta.
7.   Tem alguma coisa acontecendo com você
8.   Tem alguma coisa que não cheira bem
9.   Posso fazer alguma coisa por você
10. Quero fazer uma porção de coisas com você.
11. Trouxe alguma coisa pra mim?
Uma coisa é certa...
A única coisa certa na vida é a morte!
Não adianta ficar falando coisa com coisa...
Se as coisas não mudaram.
das duas uma:
Ou as coisas está faltando coisas pra acontecerem
ou coisas estão no estado de coisificação imutável...
Então desencabule e faça outras coisas!
Uma coisa é uma coisa, e não outra coisa,
se fosse outra coisa, seria a mesma coisa...
Entendeu a coisa toda?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

COISAS E COISAS


COISAS E COISAS
Ah! eu poderia
Desabar em alegria,
Ou esconder na
Caverna da tristeza

Ah! eu poderia  estar
juntos de todos que me apreciam,
ou mergulhar nas
funduras da solidão...

Eu poderia avoar na paz
Ou esconder nas
trincheiras da guerra?

Eu poderia andar descalço
a beira-mar,  ou
abandonar o carro para
burlar o congestionamento...

Ah! Poderia abraçar
as coisas que já sonhei
ou me abster


Parcialmente da realidade...
E agora? O que faço?
Sei lá, deixar me levar?
Sei apenas que quero viver a poesia da vida...   

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

MULHER E DIREÇÃO...COMBINAM!



Era segunda-feira. Máquina de lavar funcionando, eu e meus filhos correndo contra o tempo para arrumar a bagunça do final de semana. À tarde, os dois iriam à escola, por isso, o almoço tinha um horário fixo e rígido: 11h30min. O sinal piscava frenético, alternando as cores, apontando risco de confusão eminente. O trânsito estava bastante nervoso.
Comumente, as manhãs eram mesmo de correria, mas naquele dia, parecia pior. Talvez porque eu estivesse no período de TPM. Para contribuir, um amiguinho do meu filho que passara o fim-de-semana conosco, ainda não se decidira ir embora e participava do frenesi, causando mais transtorno ao tráfego já intenso.
Em dado momento, durante a preparação do almoço, eu fritava bananas, cuidava das outras panelas sobre o fogo e fazia uma salada. Meu filho que tomava banho começou a gritar:
- Mãe, traga uma toalha!
O amiguinho que brincava no quintal com minha cadela Cocker, também chamava:
- Mari, venha aqui, por favor!
Senti que a hora do rush chegara. As buzinas soavam e a via estava um caos. Olhei para as bananas começando a corar no óleo quente, constatei que naquele momento não podia atender a nenhum dos dois (qualquer cozinheira sabe que se perdesse o foco da direção naquele momento, elas se queimariam; acidente com perda total), então eu respondia irritada:
- Esperem um pouco, já vou!
Meu filho nem ouvia a resposta, continuava gritando no banheiro pedindo a toalha e o amiguinho, lá do quintal, gritava histérico:
- Mari, acho bom você vir aqui agora!
Quando concluí a manobra com as bananas da frigideira, engatei uma primeira, pisei fundo e dirigi-me ao banheiro, já a ponto de estourar. Entreguei a toalha a meu filho, dei um “cavalo-de-pau” e retornei em alta velocidade rumo ao quintal para verificar o motivo da histeria do garoto.
Não fosse pelo estresse daquele dia – em boa parte causado pela TPM – eu acharia a cena hilariante: na correria brincando com o menino, a cadela se enroscara totalmente num lençol branquinho que eu acabara de colocar no varal. Parecia uma múmia, ali, imóvel. Senti na hora que o sinal ficara vermelho e eu, na velocidade que me encontrava, tive que usar de toda perícia para não bater de frente com o garoto. Ele olhava-me de forma apreensiva, notando o esforço que eu fazia para me manter firme na direção e foi logo dizendo:
- Eu falei que era melhor você vir aqui!
Ah, naquele momento, senti que o motor acelerava aleatoriamente e o desejo era de abandonar a direção, colocar as mãos na cabeça e soltar aquele berro! Controlei-me por pouco. Desenrolei a cadela, lancei ao garoto um olhar que saía faíscas. Sem dizer qualquer palavra, arranquei o lençol do varal e joguei no tanque. Voltei à cozinha para dar continuidade ao almoço. Muda, tensa, sentindo o radiador ferver, prestes a jorrar aquela água escaldante para todos os lados.
Quando nos sentamos à mesa de refeições, eu tinha a respiração curta e a tensão expressa no rosto. A impressão dada é que eu explodiria a qualquer momento, e meus dois filhos, juntamente com o amiguinho, percebendo esse estado emocional lastimável encaravam-me com olhares medrosos, temendo o que viesse acontecer. Não sei que tipo de combinação química ocorreu em meu cérebro naquele momento, mas vendo aquelas carinhas assustadas, concluí que era necessário parar e estacionar. Puxei o freio de mão, desliguei o motor e caí numa sonora gargalhada. Eles, após o susto inicial, acompanharam-me, divertindo-se e comentando a situação que acabara de acontecer.
E o almoço fluiu em paz. Sinal verde, enfim.
Mas dali a pouco...
- Manhê!

 





Marleuza é uma poetisa goiana, escreve poesias com muita sensibilidade, crônicas, contos, é só conferir no seu blog:
http://doceclausura.blogspot.com.br/

sábado, 4 de agosto de 2012

MIGALHAS

MIGALHAS

As vezes as palavras
Golpeiam a minha mente,
com mentiras santas
e verdades insanas...
Buscando fluir ou  esvair
Sentimentos pelo corpo
ou pelo ar...
As palavras insistem em povoar
a minha cabeça
com firulas de pensamentos
que não tem nexo
no limite da razão
ou da emoção.

Porque insistimos atrelar
os nossos medos envolto
de coragem numa prisão perpétua
do senso comum...
porque não evadir da propriedade
do nosso eu,
que sempre busca estabelecer
algo em algum lugar para amealhar
as migalhas da vida...
O que são estas migalhas?
Talvez são as  próprias vidas
atoladas na mesmice que
é intocável pelo novo!