A vida de um professor universitário argentino muda radicalmente depois que ele é obrigado - por decreto - a se aposentar. Ao lado de sua mulher, com quem forma um casal apaixonado e dedicado, viaja para a Espanha. Na volta, procura uma nova ocupação mudando-se para uma fazenda.
PALAVRAS DE FERNANDO ROBLES –
personagem do filme: Lugares comuns
ENSINANDO
A PENSAR
“Minha
preocupação é que vocês se lembrem que ensinar é mostrar. Mostrar não
significa doutrinar. Significa dar
informação, mas também mostrar como compreendê-la e analisá-la. Como raciocinar
e questionar esta informação.Não obriguem os alunos a memorizar coisas, não
funciona. Eles rejeitam rapidamente e esquecem o que lhes é imposto. Procurem
fazê-los pensar, duvidar, se perguntar não os julguem pelas respostas, as
respostas não são a verdade, a busca deles pela verdade será sempre relativa.
As melhores perguntas são as que as pessoas têm feitos desde o tempo dos
filósofos gregos. Mas agora são clichês,
mas ainda são válidas: O quê? Como? Quando? Onde? Porque? Se aceitarmos que a
jornada é a meta, a resposta é inválida. Ela descreve a tragédia mas não a
explica. Despertar nos seus alunos a dor da lucidez sem limites, sem piedade.
O
FUTURO
O futuro é ilusório, sabia que
esta é a armadilha inventada pelo sistema, qualquer sistema, para assustar as
pessoas e forçá-las curvar a autoridade, a trabalhar como escravas por medo do maldito futuro?
O SISTEMA
Meu objetivo não é mudar o sistema.
Perdemos essa guerra há muito tempo atrás. Olham para que nos venceram os donos
do mundo. Estão solidamente estabelecidos. Permitem até que a esquerda exista.
Porque? Ela não incomoda ninguém, não há mais ameaça da revolução. Ela é um
butom, um broche ou uma pichação. É apenas saudade. No máximo é uma atitude
moral que jamais ultrapassará o âmbito
da vida privada.
A DOR DA LUCIDEZ
A lucidez pode jamais despertar, mas
se despertar não há como evitá-la. E quando ela chega, fica para sempre. Quando
a gente percebe a falta de sentido da vida, nota que não há objetivos nem progresso.
Compreende embora possa querer aceitar, que a vida nasceu com a morte ligada a
ela, que a vida e a morte não são
consecutivas, mas simultâneas e
inseparáveis. Se a gente consegue manter a sanidade e cumprir as normas
e rotinas em que não acredita, é porque
a lucidez faz a gente ver que a vida é tão banal, que não pode ser vivida como
uma tragédia.”
As palavras acima foram retiradas da legenda do filme tocante cujo o personagem numa crise provocada pelo sistema e outros efeitos colaterais da vida.
FICHA TÉCNICA
DURAÇÃO | (1h52min) |
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Dirigido por | Adolfo Aristarain |
Com | Mercedes Sampietro, Federico Luppi, Arturo Puig mais |
Gênero | Drama |
Nacionalidade | Espanha , Argentina |
Não achei fácil essa maneira de ensinar a pensar, mas já é um bom começo.
ResponderExcluirensinar a pensar não é fácil, mas como começo concordo com você, mas existe um contexto do filme que dá o sentido das palavras do professor (do filme) que foi aposentado compulsoriamente contra a sua vontade....
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