quarta-feira, 24 de outubro de 2018

LETRAS EMBRIAGADAS




LETRAS EMBRIAGADAS

* Por Adailton Bastos

Numa madrugada de um sábado primaveril,
onde o sono fugidio insiste em roubar-me os lençóis.
Numa provocação voluptuosa intempestiva
descarrilando os sonhos numa noite insone.
Os pensamentos e as idéias castigam
meu corpo inerte numa catapulta imaginária...
Embriagando-me em um mar revolto de palavras
conexas, desconexas,
difusas, confusas,
obtusas, absurdas ou não.
Os galos ainda dormem, os cães pararam de latir.
O silêncio dos passos felinos no telhado,
e as estrelas lá fora insistem num movimento rasteiro
passando ao meu lado
como se eu não estivesse sóbrio.
Sobrando não sei o porque,
vem um turbilhão de palavras
já ditas, benditas e malditas,
marmita, maremoto, terremoto
mar morto, gaivota e marmota,
num rodopiar fatal.
Um vômito apalavrado recheado de
palavras, palavras e palavras...
Levanto abruptamente,
acendo o interruptor.
Nada acontece...
Apenas este
poetalouco simples mortal
boçal nada disse...
apenas embriagou-se...

Nenhum comentário:

Postar um comentário