domingo, 17 de fevereiro de 2013

ENTRE O TIC E O TAC

Tic-tac, tic-tac
O pêndulo vai e não volta...
“o tempo não para...”
A juventude eterna
é finita e efêmera...
o tempo não passa a toa
apenas voa...
os sabores,
os saberes,
as forças...
Tudo esvai desvairadamente
na ampulheta faminta e feroz.
A velhice chega  primeiro no espelho
furtivamente e sorrateira...
Não sei o que é ser velho,
Esqueci como é ser jovem, e
ser criança são lembranças vagas!
Não é melancolia,
de ser vulnerável ao tempo
e perceber que
a liberdade da vida
está presa no tempo...
e que meu infinito
dura apenas a minha vida...
quero perceber e
sentir a vida,
dia-a-dia,
minuto a minuto
desta eterna finita
comédia humana

5 comentários:

  1. Envelhecer é foda viu :/ kkk
    Lembrei de Casimiro de Abreu:

    "Meus oito anos"

    Oh! que saudades que tenho
    Da aurora da minha vida,
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais!
    Que amor, que sonhos, que flores,
    Naquelas tardes fagueiras
    À sombra das bananeiras,
    Debaixo dos laranjais!

    Como são belos os dias
    Do despontar da existência!
    - Respira a alma inocência
    Como perfumes a flor;
    O mar - é lago sereno,
    O céu - um manto azulado,
    O mundo - um sonho dourado,
    A vida - um hino d'amor!

    Que aurora, que sol, que vida,
    Que noites de melodia
    Naquela doce alegria,
    Naquele ingênuo folgar!
    O céu bordado d'estrelas,
    A terra de aromas cheia
    As ondas beijando a areia
    E a lua beijando o mar!

    Oh! dias da minha infância!
    Oh! meu céu de primavera!
    Que doce a vida não era
    Nessa risonha manhã!
    Em vez das mágoas de agora,
    Eu tinha nessas delícias
    De minha mãe as carícias
    E beijos de minhã irmã!

    Livre filho das montanhas,
    Eu ia bem satisfeito,
    Da camisa aberta o peito,
    - Pés descalços, braços nus -
    Correndo pelas campinas
    A roda das cachoeiras,
    Atrás das asas ligeiras
    Das borboletas azuis!

    Naqueles tempos ditosos
    Ia colher as pitangas,
    Trepava a tirar as mangas,
    Brincava à beira do mar;
    Rezava às Ave-Marias,
    Achava o céu sempre lindo.
    Adormecia sorrindo
    E despertava a cantar!

    Oh! que saudades que tenho
    Da aurora da minha vida,
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais!
    - Que amor, que sonhos, que flores,
    Naquelas tardes fagueiras
    A sombra das bananeiras
    Debaixo dos laranjais!

    :'(

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    1. achei o comentário em forma de poesia interessante, mostra um ecletismo no seu vigor juvenil, certamente para você envelhecer será mais ameno... Obrigado por comentar...

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    2. Vou ser um velhinho porreta viu kkkkkkkkkkk :P

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  2. Gostei de saber que a velhice chega antes no espelho que na mente. Eu treino para recebê-la desde os 25 anos, mas há quem se surpreenda com a chegada dela.

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    1. As vezes olhamos no espelho e nos assustamos com uma idade que não imaginamos ter. Obrigado pelo comentário.

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