DUAS ROSAS
Castro Alves
São
duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo, no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo, no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas,
bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas,
bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas…
Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
Saiba mais sobre Castro Alves poeta baiano:
Antônio
Frederico de Castro Alves
(Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro.[Nasceu
na fazenda Cabaceiras,[] a sete léguas (42 km) da vila de
Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.
Suas poesias
mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão,
motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso
mais inspirado poeta condoreiro
Em fevereiro de 1870 seguiu
para Curralinho para melhorar a tuberculose que se agravara, viveu na fazenda
Santa Isabel, em Itaberaba. Em setembro, voltou para Salvador. Ainda leria, em
outubro, A cachoeira de Paulo
Afonso para um grupo de
amigos, e lançou Espumas
flutuantes. Mas pouco durou.
Sua última
aparição em púbico foi em 10 de
fevereiro de 1871 numa récita beneficente. Morreu às três e meia da tarde, no
solar da família no Sodré, Salvador, Bahia, em 6 de julho de 1871.
Era uma grande capacidade, considerando que tanto produziu, e com a qualidade que foi, vivendo apenas 24 anos. Parabéns pela homenagem.
ResponderExcluirUnidas… Ai quem pudera
ResponderExcluirNuma eterna primavera
Viver, qual vive esta flor... Lindo poema