“Autobiografia” (fragmentos do poema de Cora Coralina)
Venho do século passado
e trago comigo todas as idades.
(...)
Numa ânsia de vida eu abria
o vôo nas asas impossíveis
do sonho.
Venho do século passado
e trago comigo todas as idades.
(...)
Numa ânsia de vida eu abria
o vôo nas asas impossíveis
do sonho.
(...)
Nenhum primeiro prêmio.
Nenhum segundo lugar.
Nem menção honrosa.
Nenhuma láurea.
Apenas a autenticidade de minha
poesia arrancada aos pedaços
do fundo da minha sensibilidade,
e este anseio:
procuro superar todos os dias
minha própria personalidade
renovada,
despedaçando dentro de mim
tudo que é velho e morto.
(...)
Nenhum segundo lugar.
Nem menção honrosa.
Nenhuma láurea.
Apenas a autenticidade de minha
poesia arrancada aos pedaços
do fundo da minha sensibilidade,
e este anseio:
procuro superar todos os dias
minha própria personalidade
renovada,
despedaçando dentro de mim
tudo que é velho e morto.
(...)
Cora Coralina - In Meu livro de cordel. Poemas e crônicas. 1ª. ed. Goiânia (GO): P. D. Araújo – Livraria e Editora Cultura Goiana, 1976, 11-13.
MEU FUTURO É HOJE
É estranho pensar sobre o tempo...
e sombrio e tenebroso pensar
no tempo,
Contar os dias,
Olhar no espelho as marcas
temporais da ampulheta da vida,
temporais da ampulheta da vida,
Abstenho-me de aferir
sucessos e fracassos...
sucessos e fracassos...
O meu futuro é hoje
E não tenho forças para planos,
Sou velho para muitas coisas
E jovem demais para outras tantas
No intento de parafrasear Cora:
"Venho do século passado
e tenho "quase" todas as idades... "
apenas desligo a luz...
Maravilhosa a frase "sou velho demais para muitas coisas... e jovem demais para outras tantas...
ResponderExcluirViva esse futuro agora e para começar um bom poema que nos convida a reflexão.
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